“A minha mãe disse que me teve quando ela tinha 16 anos. Naquela época não era muito cedo não.
Tava bom! Fazer o que? Mas hoje eu não quero isso pra mim. O tempo mudou. Tem que estudar mais, um filho ia acabar com a minha vida! Eu nem conto pra todo mundo que já fiquei grávida.”
Paula, 17 anos, estudante, uma gestação interrompida aos 16 anos
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8069/90, adolescente é todo indivíduo com idade entre 12 e 18 anos e para a Organização Mundial de Saúde (OMS) esse período envolve indivíduos com idades entre 10 a 19 anos. No Brasil, estima-se que aproximadamente 20-25% do total de mulheres gestantes são adolescentes, apontando que uma em cada cinco gestantes são adolescentes entre 14 e 20 anos de idade.
Historicamente, a gravidez na adolescência não é um fenômeno recente. Assim, por exemplo, a média de idade das romanas no casamento atingia o limite de 14 anos. No início deste século, a gravidez na adolescência era considerada um acontecimento habitual para os padrões culturais e para os costumes vigentes. Em 1922, por exemplo, definiu-se a idade de 16 anos como o momento ideal para o nascimento do primeiro filho. Na atualidade, essa média é motivo de preocupação dos mais diversos setores da sociedade.
No Brasil, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) demonstram que a porcentagem de adolescentes grávidas triplicou de 1980 para 1994.
A ocorrência de relações sexuais antes do casamento se inicia cada vez mais cedo, em média a partir dos 13 anos. As relações de gênero mostram que, senão toda, mas uma grande parte da responsabilidade pela
anticoncepção, é deixada para as adolescentes. No grupo das adolescentes sexualmente ativas, muitas não praticam a anticoncepção de maneira adequada, gerando riscos de uma gravidez não desejada. Existe também uma falta de conhecimento da fisiologia da reprodução e das conseqüências das relações sexuais por parte dos adolescentes. Ao lado disso, nem sempre os pais estão preparados para debater esses temas com os filhos.
As complicações da gravidez, do parto e do puerpério estão entre as 10 principais causas de morte da adolescente brasileira, sendo a sexta causa nas adolescentes de 15 a 19 anos. Por sua vez, o aborto significa a quarta causa de morte materna no Brasil. A maternidade adolescente e, portanto, a gravidez de adolescentes, apresenta um número cada vez mais elevado de casos tanto nas regiões com altos índices de urbanização e industrialização, quanto nas regiões sócio-econômicas pouco desenvolvidas. Porém, os índices de crescimento são diferenciados para as duas áreas.
O aborto clandestino geralmente traz conseqüências negativas para a saúde da mulher, devido, principalmente, ao atendimento inadequado como conseqüência da sua ilegalidade. Igualmente, o risco que representa um aborto provocado é maior para as adolescentes do que para as mulheres adultas sob os mais diferentes pontos de vista. Pesquisas relatadas na literatura indicam que o custo que representa o atendimento - nos centros de saúde pública - de uma mulher com complicações pós-aborto é maior que o custo para o atendimento de um parto. As complicações na saúde da mulher por causa de um aborto são comuns, principalmente quando ele é provocado e clandestino.
Referências Bibliográficas:
DINIZ, N.C. 2010. Gravidez na adolescência um desafio social. Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Atenção em Atenção Básica em Saúde Familiar.
DINIZ, E. et al. Gravidez e aborto na adolescência: Análise contextual de risco e proteção. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Referências Bibliográficas:
DINIZ, N.C. 2010. Gravidez na adolescência um desafio social. Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Atenção em Atenção Básica em Saúde Familiar.
DINIZ, E. et al. Gravidez e aborto na adolescência: Análise contextual de risco e proteção. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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